Só Loucura

  

     © Lílian Maial

 

 

Meus dias não são meus sem teu caminho,

e os versos não traduzem meu vazio.

O sol machuca a pele sem carinho

dos braços, que me fazem arrepio.

 

As noites são mais frias sem teu ninho,

e eu choro a tua ausência que, hoje, expio.

E bebo a solidão - amargo vinho -

com notas de saudade e calafrio.

 

Exorto os temporais, raios, procelas,

que venham mil trovões e o fim do mundo,

que a vida é a insanidade que não cura!

 

E cuido de compor as aquarelas,

posando de Van Gogh por um segundo,

que a rima da paixão é a loucura!

 

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