Perjúrio
Arde-me as têmporas, anestesia-me a alma.
Um sussurro, um grito... Talvez, um doce canto.
Os versos trazidos no teu abraço que acalma...
Nos teus olhos de mar, azul, profundo encanto.
Entre os lábios que beijam, ternos de cupidez.
Deslizando sobre tua pele branca, em brasas;
Submergindo nos resquícios dalguma lucidez.
Faço-te o meu lar, envolto nas tuas asas...
Estamos conscientes da brevidade da vida.
Da sobriedade da morte, da ternura esquecida
Restar-nos-á apenas a poesia entre as cinzas.
Imersos nos mistérios insondáveis do amor...
Transcendem linhas, deste poeta desbravador.
Não há perjúrio declamado no leito de morte.