Sabor

No jardim do teu corpo de níveas flores,

meu olhar indecente te despe, impaciente

sorrir-me com carinho e prazer complacente

à ganância com que desperto as tuas cores.

Esbarro-te a pele e protejo-te os tremores

de ansiedade desvairada, e irreverente,

a minha mão cálida em teu corpo sente

resvalar intermináveis correntes de suores.

Vibram-me os intensos e devassos anseios,

que à primavera dos lábios te escuto suspirar,

um aroma que desperta lúbricos devaneios.

Adentra-me o olfato, afeiçoado a me chamar,

importuno-te os pés, o sexo, no ventre freio,

consumo o teu sabor ardente a vista do mar.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 10/01/2023
Código do texto: T7690920
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