O negro pensamento
O negro pensamento que me invade,
Fruto do mundo bruto que apresenta
Em mim a dor perpétua da saudade,
Deixa-me até a mente tão cinzenta!
Quisera a liberdade ser isenta
No auge da minha pura mocidade,
Que os duros desafios sempre enfrenta
Em espasmos de cruel insanidade.
No centro do meu ser que o amor abunda,
Que um dia a luz cintile na esperança
Que a escuridão que ronda e que circunda
Me inspire de esquecer letal lembrança,
Como se fosse a nuvem passageira
Que em mim morresse de qualquer maneira!