Crônica
Deposito na mesa da cozinha
as poucas bolsas do supermercado.
Me tomas com teu beijo molhado
como se fosse pela última vez,minha.
E reclamas, como sempre sozinha
dos preços , do varejo e do atacado:
Cem reais para somente um punhado
que mal enche uma sacolinha.
Eu dou de ombros e beijo-lhe a testa
Dizendo que um dia as coisas prosperam,
e que mais vale o amor que nos resta.
Na geladeira as contas de janeiro
prendidas na porta esperam
talvez pelo milagre de um ano inteiro.
@pauloroberto.benedito