Verso redivivo

Escorre, feito sangue, a poesia,

de dentro da alma, um cálice vermelho,

matiza em tom carmim o meu espelho

e evola pelos ares, luzidia.

 

Escorre, feito sangue, dia a dia,

em seu matiz os sonhos aparelho.

Se falta o rubro ardor do seu conselho,

sou aquarela cinza, opaca e fria...

 

E ainda sejam horas incolores,

os versos nascem como nascem flores,

e neste rito encontro algum porquê...

 

Se nada resta dentre o que se escreve,

se o sonho morre em tempo exíguo e breve,

revive o verso aos olhos de quem lê!

 

Foto: arquivo pessoal 

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 06/01/2023
Reeditado em 15/10/2024
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