O perfume
Não sei se bendigo o momento
em que oferecia a contento
a carona despretenciosa
pra aquela mulher graciosa.
Com ela, entrava um perfume
incendiando feito um lume.
O meu íntimo se inquietou.
Senti que era um salteador.
Chegamos. Seguiu o seu caminho.
Ficava o tal cheiro fragrante
e o meu ser em desalinho.
Fui tão sutilmente furtado
que perco-me inerte, insano;
ao cheiro, vagueio acordado.
(Episódio relatado por um amigo muito especial).