>NA BEIRA-MAR*

Hoje festejamos na Beira-Mar 
Sentados na areia, pés na água. 
As ondas dançando, vai lá, vem cá 
Salgando a pele o coração deságua 

Lá no horizonte o sol declinava 
Beija a terra suave e morena 
Confabula o momento e nos fascina 
Na quietude da tarde serena 

É uma quinta, noite do caranguejo 
Saboreamos o molusco costumeiro 
Não dispensamos quitutes festeiros
 
Na noite o Céu rendado de estrelas 
A brisa do mar deitando na tez 
Corações de venturas sorrindo de vez 

Amor não tendo fórmula nem bula 
Remédio que nos cura e nos maltrata. 
A lua quando nua confabula 
Deitando um brilho raro sobre a mata 

Permite que se sonhe amor em gula, 
Salvando ao mesmo tempo já destrata, 
Na fome do desejo que se engula 
O quanto da esperança se retrata. 

A noite vai passando em lusco-fusco, 
Os sonhos mais audazes eu já busco 
E adentro um infinito nos teus lábios
 
Aqui, em Fortaleza, Roma ou Cuzco, 
Carinho sempre é bom se não for brusco, 
em corpos que se mostrem bem mais sábios... 

SOGUEIRA 
MARCOS LOURES
 

Na tela Beira-Mar em Fortaleza

Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 07/12/2007
Reeditado em 07/12/2007
Código do texto: T768765
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