O TRIÂNGULO (Soneto)
O Triângulo
Em lágrimas desfeita fui ribeira
Na solidão oculta fui retiro
De desejos calados fui suspiro
Por entre altos e baixos fui ladeira
Mil vezes moribunda renasci
Nos versos, meu avesso, dores se foram
São hoje nódoas negras que ao sol coram
Manchas na veste antiga que despi
Da vida a geometria ajustada
Sem compassos, esquadros, sequer réguas
Num triângulo sacro me enquadrou
Nele encontrei a luz por mim sonhada
Na Paz, Amor e Fé achei as tréguas
Nas lutas com que a vida me cercou
(In "Despida de Segredos")