SUPLÍCIOS

Serei o anfitrião de teus afetos

Na mínima alameda dos acasos?

Que a noite imole mil pavões discretos

Infensa a auroras nuas, vis ocasos.

Sou deixa dos suplícios prediletos

Da beleza -- rendido já sem prazos

Provei do fígado dos desafetos

Na distração de teus naufrágios rasos.

Dedilho a orquídea da lasciva axila

Com que me brindas, múltipla de urgências,

Um trunfo que não sonha nem vacila

E a valsa em modo lócrio é só tensões.

Do túmulo esquecido das paciências

Nem múrmuros, protestos nem canções.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 04/01/2023
Código do texto: T7686605
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