SUPLÍCIOS
Serei o anfitrião de teus afetos
Na mínima alameda dos acasos?
Que a noite imole mil pavões discretos
Infensa a auroras nuas, vis ocasos.
Sou deixa dos suplícios prediletos
Da beleza -- rendido já sem prazos
Provei do fígado dos desafetos
Na distração de teus naufrágios rasos.
Dedilho a orquídea da lasciva axila
Com que me brindas, múltipla de urgências,
Um trunfo que não sonha nem vacila
E a valsa em modo lócrio é só tensões.
Do túmulo esquecido das paciências
Nem múrmuros, protestos nem canções.
.