Soneto para Anna
Quando toco teus cabelos brancos
Minhas mãos sentem, suavemente
Das primaveras floridas e sorridentes
Piedade e perdão, o perfume franco.
Crescentes alusões nas recordações
Cristalizam no teu olhar uma tristeza
Sensibilidade e paixão da tua pureza
Vive noutro mundo, só quer atenções.
Sinto por ti um aconchegante carinho
Por parir-me e alimentar-me no ninho
Abraça-me e não sinto mais tua chama.
Chamava-me de “Mila” menina faceira
Tímida e calada e nunca foi bagunceira
Quando toco teus cabelos, tu chamas...
Texto e imagem: Miriam Carmignan