Pássaros

Exala a haste u’a turva destilação,

Feito cera conglutinada, pegajosa,

Do arcaico cajueiro que, ao chão,

Transborda sua sombra frondosa.

Seus pomos, os cajus, retidos na mão;

Açucarados, de tom vermelho-rosa,

Delicados, de natureza perfumosa,

Tem fisionomia de um terno coração.

Ainda na madrugada deste quintal,

Ao ver o astro rei nascer, tão natural,

Ascendendo pelos céus, sedutor azul.

Pego os pomos, e o canário e o pardal,

Que cantam ali, juntinhos no beiral,

Pegam um galante vôo, rumo ao sul.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 30/12/2022
Reeditado em 17/02/2023
Código do texto: T7682748
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