Entre muros de minha própria arquitetura
Entre muros de minha própria arquitetura
Confinado estou entre o desalento e o cansaço
unhas longas arranham em meu peito de aço
essa dor indigente e sem assinatura
Desiludido de alguma cura futura
Disfarço muito bem o que me causa embaraço
Sangra, hemorragia interna mas eu a rechaço
Uma ferida que não aceita mais sutura
Não me pergunte, me pergunto de onde vem
Isto que vive em mim e do qual sou refém
E que transborda as linhas do meu pensamento
Tento chorar mas nem mesmo meu pranto cai
Tento me alegrar mas logo a alegria se esvai
Tento conformar e estancar este lamento