Meu oxente de Ano Novo!
E o Ano Velho foi-se, finalmente...
Levando, na corcunda, a pandemia,
Enquanto o Ano Novo assobia
Um silvo de tristeza em tom dolente.
Meu coração matuto diz, oxente!
A minha poesia, arre égua!
Um soneto pudico sai da régua,
Pra não metrificar a dor que sente.
É ano novo, oxente, novamente!
E há de ser um ano diferente,
Pois vai haver nevasca no sertão.
O Zé vai passear de Jegue-esqui.
A flor vai esnobar o colibri,
E os ratos vão de volta pro porão.