Meu oxente de Ano Novo!

E o Ano Velho foi-se, finalmente...

Levando, na corcunda, a pandemia,

Enquanto o Ano Novo assobia

Um silvo de tristeza em tom dolente.

 

Meu coração matuto diz, oxente!

A minha poesia, arre égua!

Um soneto pudico sai da régua,

Pra não metrificar a dor que sente.

 

É ano novo, oxente, novamente!

E há de ser um ano diferente,

Pois vai haver nevasca no sertão.

 

O Zé vai passear de Jegue-esqui.

A flor vai esnobar o colibri,

E os ratos vão de volta pro porão.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/12/2022
Reeditado em 30/12/2022
Código do texto: T7682334
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