NAS ENTRELINHAS

NAS ENTRELINHAS

Por sob o verso, o ser e o seu anverso,

Que, em fuga, se m’encontram paralelos.

Entre a verdade e o facto é percebê-los

Convergir nos confins do Universo.

Tendencioso ao infinito, eu me disperso

Em meio a girassóis ultra-amarelos;

E digo sem dizer nem desdizê-los,

N’aquilo que translato em cada verso.

Submerso e oculto oráculo; Profético…

Metáforas do nada, ofício e casta,

Os escribas do bíblico e do herético!

Toda divindade é poética. Mais vasta

Uma interpretação se o texto hermético:

Leem mil verdades mas nenhuma basta!

Belo Horizonte - 20 01 1998