GRÃO DE POESIA

GRÃO DE POESIA

Se em ti há um poeta adormecido,

Que se perdeu de si n’alguma parte;

Ou mesmo envergonhado de poetar-te,

Visto um irrelevante presumido.

Deixa estar… Cultiva em ti tua arte

Por teu grão de poesia ora esquecido.

Faze-o brotar de novo, enternecido,

Que logo em muitos ramos se reparte.

Recria a cada página o Universo

E o envolve de agradável fantasia,

Semeando mais ao largo e mais disperso.

Ao fim hás-de colher com alegria,

Pois, farás alimento de teu verso

A corações famintos de poesia.

Belo Horizonte - 12 05 1998