A CANGA DA MALDADE
Se eu pudesse..., no decorrer da vida,
trilhar o meu caminho sem tropeço,
mas essa coisa, sei que não mereço,
pelas curvas acidentadas na ida!
Se a mim coubesse..., nessa vã subida,
em que, às vezes, ao invés de subir, desço;
e, por isso, na vida, hoje padeço,
nessa estrada tão estreita e cumprida!
A estrada, antes, tão espaçosa e larga,
hoje, a caminhada nela é amarga,
pisando espinhos com os pés descalços...
De vez em quando o peso do chicote
lambe-me às costas e, no meu cangote,
a canga da maldade no meu encalço!