Abismo
O peito abraçado com braços e gritos
Se estende na ponta do ferro gelado
E a louca esquecendo o vestido rasgado
Deixando o vento espalhar seus gemidos
A ferrugem manchou a mão, antes pura
E que apodrecendo, provocou contágio
Num surto vivida e fazendo o presságio
Sem saber se é sorriso ou só amargura
No véu e grinalda, um sonho que aponta
Pisados na luta constante a inclinar-se
O corpo em declínio como quem segurasse
Um jeito, uma vida, a mulher que desponta
Portanto, só olha para o abismo que conta
O tempo que falta para a ele entregar-se