Abismo

O peito abraçado com braços e gritos

Se estende na ponta do ferro gelado

E a louca esquecendo o vestido rasgado

Deixando o vento espalhar seus gemidos

A ferrugem manchou a mão, antes pura

E que apodrecendo, provocou contágio

Num surto vivida e fazendo o presságio

Sem saber se é sorriso ou só amargura

No véu e grinalda, um sonho que aponta

Pisados na luta constante a inclinar-se

O corpo em declínio como quem segurasse

Um jeito, uma vida, a mulher que desponta

Portanto, só olha para o abismo que conta

O tempo que falta para a ele entregar-se

Rosi Leonardo
Enviado por Rosi Leonardo em 19/12/2022
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