Lábios

Lábios, que em minhas fantasias almejo,

boca de uma perpétua e delicada chama,

doce marasmo de um brilho que inflama,

de um estimulante fervor, libido ensejo.

Lábios, que em profundos sonhos vejo:

como um alvo cálice que tardio derrama,

a infinda fascinação que se esparrama,

no ilusionismo letárgico de um só bafejo.

Lábios, que em minhas palavras eu chamo,

e em murmúrios nos sonhos sempre clamo,

passagem de ar com brandas amarguras…

Sentimentos, angústias, delirantes torturas,

já não tensiono coabitar somente o desejo:

quero cessar no veneno do teu mais fatal beijo.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 17/12/2022
Código do texto: T7674138
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