SONETO – Não sei de mim –16.12.2022 (PRL)
SONETO – Não sei de mim – 16.12.2022 (PRL)
Fui, e já dobro a rua que declina,
Não mais me vês nem tanto prevalente,
Morri da vida, agora uma neblina,
Nessa toada, o clima fica ausente...
Não sei se volte, o tempo não fascina,
A ser de te eterno dependente,
Pois acredito e muito nessa sina,
Está cravado em cuca, e sem alente...
Deixa-me andar a ermo pelas ruas,
Com tantas vestes rotas, quase nuas,
Sendo jogado aos alhos e bugalhos...
Mas quero ver-te firme e que concluas,
Não conte em mim nem listre alguns atalhos,
Estarei sempre envolto pelas luas.
SilvaGusmão
Imagem: Pintura de minha autoria.