IRACEMA
"Iracema, meu grande amor, foi-se embora!"
Levou meu violão, meu travesseiro,
Um pouco de amor e de dinheiro,
E o meu coração que ainda chora.
Levou meu bem-me-quer, levou o cheiro
Da rosa que lhe dei no mês passado.
Deixou meu violão desafinado
E um versinho triste e corriqueiro.
"Sabe, Iracema, eu nunca mais te vi!"
Confesso que não fui atrás de ti,
Apesar de guardar o teu retrato.
Hoje dizem que vives num bordel
A servir, em acordes de Gardel,
O ventre e o pudor no mesmo prato