Doida alegria 

 

Alegria!

Alegria!

Volúpia de sentir-me em cada dia

mais cansada, mais triste, mais dorida

mas cada vez mais agarrada à Vida!

Fernanda de Castro

 

 

Uma alegria doida, primitiva,

isenta de caprichos e segredos

marca-me o rosto em risos francos, ledos

e eu sou a própria deusa, a própria diva...

 

Mas de onde veio o júbilo sem medos,

a imensa exaltação que eleva e aviva?

Se em meio a tantas dores fui cativa,

por que resistem meus sorrisos quedos?

 

Por entre as minhas muitas cicatrizes,

por entre os vãos das horas infelizes

plantei o amor na terra embrutecida.

 

Nasceu o inesperado e doce fruto,

e neste instante efêmero e absoluto

mesmo dorida estou atada à vida!

 

Foto: arquivo pessoal 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 14/12/2022
Reeditado em 14/11/2024
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