Medo do destino
Na iminência das tardes melancólicas,
Em meu quarto de sombras, encerrado,
Sou envolto pelas névoas mais letárgicas,
Do que aquelas que invoco do passado.
O agora a proceder sempre me assusta,
Doente da incerteza que consome...
Tempo é uma lesma que se arrasta,
Os minutos são insetos que me comem...
Deitado em minha cama me pergunto,
Desde quando tornei-me tal defunto,
Do mal que minha vida acometeu,
Mas quando escuto a voz da consciência,
Ouço-a a repetir, com veemência,
O nome de um culpado: é o meu!
12/12/22