Cantares

O que eu venero n’alma da mulher:

é este oceano que a de mim separa...

E as brumas envolvendo a margem clara

onde cochila a flor do bem-me-quer.

Na solidão mareia um escaler,

buscando o bem que a tantos se esquivara

(que a pedra de coral e a joia rara

jamais rendeu-se a um bárbaro qualquer).

Quantos encantos deste mar sem fim,

puseste nos canteiros do jardim

que o meu olhar navega com desvelo?

Vejo delfins brincando no mormaço;

e quando a sorte ancora no regaço...

Avisto a praia em brancos tornozelos.

(12/9/2021)

J C B Camerini
Enviado por J C B Camerini em 12/12/2022
Reeditado em 10/09/2024
Código do texto: T7670191
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