Quando até o mar não tem mais nada a dar
Da Ressaca agora resta o estrago
costa agredida por marés bravias
são os sintomas, as ondas arredias
arrebentam na praia, estranho afago
Longe da mortal calmaria do Lago
é onde o barco se testa e as avarias
que surgem no casco onde não devias
grande ironia é ser lar onde naufrago
A tempestade não é em si algo mal
É a sina de se pôr a navegar
só esperamos que não seja fatal
Mas só quando estamos a derivar
tudo acaba e só resta da água o sal
quando até o mar não tem mais nada a dar