AJUNTAMENTO

AJUNTAMENTO

Onde um mundaréu de gente junta,

Vive a paredes-meias; casa a casa.

Ninguém ali se apressa nem se atrasa,

Somente alguma prosa o povo assunta.

Nas póvoas afastadas, quem se ajunta

Cria de filho a neto e não se casa.

Parece que o lugar se lhes embasa

A vida sem resposta nem pergunta.

Alheios a proclamas de cartórios,

Celebram porta adentro seus casórios,

E dão às coisas uso, não valor.

De sorte que sequer guardam papéis…

Confiam que entre si sejam fiéis

E a única garantia seja o amor.

Camacho - 15 10 2022