COVARDIA NA ARENA

A grande bola esteve fora do eixo,

Enquanto outras estavam em evidência.

E tal celeuma não explica a ciência,

Porque é um mistério de cair o queixo.

Deveria deixar pra lá, mas não consigo,

Um dia alguém vai me explicar a transcendência.

Uma bola ser tratada com truculência,

Entre chutes e pontapés corre perigo.

E tudo sob o olhar de uma multidão

Ensandecida, em delírio e ovação,

Tal e qual nas arenas da antiga Roma.

Dois grupos se revezam em tal covardia.

Alguns, com isso, ficam ricos, ganham fama,

Outros jazem numa maca de ortopedia.

Também presente em meio à correria,

Se não atingem a bola, um juiz reclama.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 09/12/2022
Reeditado em 14/01/2023
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