Elogiar-se é coisa de vaidoso, depreciar-se, de tolo. Aristóteles
Tolo vaidoso
Eu sou um expoente em quase tudo:
Um gênio! Sou um ser predestinado!
Um presente trazido do passado
Que, de tão belo, faz o belo mudo.
Eu sou, ao mesmo tempo, alienado.
Um zero à esquerda. Um infeliz!
Um tronco apodrecido e sem raiz,
Que já sofreu na vida um bom bocado.
Eu sou um grã poeta, um literato
Que não leva pra casa o desacato,
Dessa gente sem berço e sem saber.
Mas, no frigir dos ovos, sou somente,
Um tolo que expõe, vaidosamente,
Os versos que ninguém consegue ler.