MARGARIDAS
E outro poeta dar-lhe outro destino, que eu sequer pensei, mas imagino...) H. Alencar
Se até mesmo o Donald, o pato,
Preferiu a Margarida, a pata,
Que é, além de feia, muito chata,
Sempre a mesma roupa, mesmo sapato,
Quem sou eu, poeta de fino trato,
Que nunca a ninguém destrata,
Para, numa atitude insensata,
Condena-la ao celibato?
Mas, de Margaridas prefiro a flor,
Seja amarela ou de qualquer cor,
Para uma possível convivência.
Sei que iremos nos dar muito bem,
Ninguém sofrerá por falta de amor,
E a poesia irá mais além.
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SINA?
Sina? Não, não há sina, há destino
Que se pode mudar durante a vida.
É como se cuidar duma ferida
Trazida desde os tempos de menino.
Olhem atentamente a Margarida!
Se chama bem-me-quer ou mal-me-quer,
Às vezes, uma flor, outras, mulher...
Se bem ou mal, será sempre querida.
Teria uma sina a Margarida,
Por ser deste poeta preferida?
- Não, pois há de florir noutro soneto.
E outro poeta dar-lhe outro destino,
Que eu sequer pensei, mas imagino...
Um quadro, na parede, em branco e preto.
Herculano de Alencar