Mnemósine
(A Stephanie Martins)
“Mente, degli anni e dell’obblio nemica…”
(Tasso, GERUSALEMME LIBERATA, canto I)
Quando o inverno de tua vida deformar
As maçãs de teu rosto numa profusão
De rugas, e Saturno, foice sempre em mão,
A cor de teus volumosos cachos roubar,
Do oceano da Memória hei de conjurar
Tua imagem, nos báratros da Imaginação,
Como tu foste, não como és agora – e então,
Fielmente em meu peito a haverei de gravar;
E, qual um pintor, toda noite e todo dia,
À máxima força de minha habilidade,
Milhões de retratos teus, com maestria,
Hei de legar aos pavilhões da Eternidade,
Sagrando teu nome em minha poesia
Como a garotinha de minha saudade…