Que volte a chuva
A chuva parou à noite, e o desassossego
Tomou-me sem cessar em meus sentidos
Perdido o sono, e abalroados, os ouvidos
Calou, a minh’alma, atônita e com medo.
O meu peito se encheu de desconfiança
Trazida na nostalgia a que lhe prevalece
Tal o trovão longínquo que me emudece
E o futuro que sobrevive na esperança.
Que volte a chuva, e a minha quietude
Que durma o céu, a que o silêncio mude
O castigo que me invade o pensamento.
E depois que pare ao nascer do dia
Para que sucumba a falsa nostalgia
Sob um sol a brilhar no firmamento.