COVARDE

Se, assim, bater de novo à minha porta

Ah saudade! deixai quieta a minha dor

Não mais me traga sensação que corta

Que açoita a emoção com aflitivo ardor

Do pouco o tudo na recordação importa

E nada comporta um gesto tão opressor

Pois bem, cada lágrima pesar transporta

Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor

Mas, aí! no peito bate forte está aflição

Sussurra em voz alta, em árduo alarde

Avidando um aperto no sisudo coração

Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,

... me deixo bater a saudade como covarde

E me ponho a sofrer como um apaixonado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/Mah-vdgTmsE

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/12/2022
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