CÂNDIDA
CÂNDIDA
Nada turve os teus olhos furta-cores,
De cuja iridescência me avassalo.
Tampouco lhes surpreenda algum abalo
Em vista de desditas ou temores.
Guarda-os ainda alheios de rancores
Em suave beatitude como se um halo
Reluzissem, silentes, ao regalo
De quem, como eu, derrama-te louvores.
Haja um pintor de gênio para ainda
Futuras gerações terem-te a linda
Visão dos olhos qu’eu agora tenho.
Pois seja pelos séculos lembrada
A paz de tua lúcida mirada
Para t’eternizar com arte e engenho.
Belo Horizonte – 04 12 2022