ARDORES
ARDORES
Quem amo tem no olhar raios de sol
E ainda quatro faces como a lua.
Parece hipnotizar se se insinua
Tão ardilosa quanto a isca no anzol.
Belo é lhe surpreender sob o lençol,
Ao acaso de enrolões, a pele nua…!
Pois mesmo adormecida continua
Fazer-me suar e arder igual terçol.
Atravessando a noite assim desperto,
Padeço em ver seus gostos tão de perto
Sem os poder tocar como queria.
Quem amo nem suspeita quanto passo.
E ainda lh’estreitando o peito lasso,
Apenas lhe acarinho a testa fria…
Belo Horizonte - 12 05 1996