Indiferente amor
Procuro, identificar no teu semblante amigo
O mistério dos teus olhos num grande espanto
Alma minha dilacerada caminha, chora comigo
Se, encontro dúvidas, medos, invés de encanto
Ser ou não ser amado eis o dilema que reflito
Como a criança que embala um amor adulto
Olhar-te em vão nas dúvidas que sepulcro
Vivendo na desventura de um coração aflito
Diz afinal, qual o teu prazer supremo
Ver-me afundar do sonho ao pesadelo
Ou no martírio cruel do desespero extremo?
Alma que vaga a sentir-se só, como salvá-la?
Diz-me a verdade, enfim, ouvi-la não temo
Desabafa! Dispa-se desse mistério, e fala.