SENSAÇÕES
Noite fria. Nada encontro para me aquecer.
Os ventos que uivam lá fora me metem medo.
Estou só. As horas caminham lentas, são enredo
Da buliçosa agonia que faz meu corpo tremer.
No silêncio sepulcral que me rodeia, eu vedo
Toda a acústica e não percebo nada acontecer,
Então pelos vidros da janela vejo que vai chover
E a borrasca desaba sob meu olhar de segredo.
Traz a tempestade uma angústia extraordinária,
Meus pensamentos se aglutinam na parafernália
Do momento justaposto no templo da madrugada.
Os assobios noturnos são congelados pela bátega,
Meu estágio onírico doutrina um sonho meio brega
E, enfim, o sono carrega o pavor da alma azougada!
DE Ivan de Oliveira Melo