影
(A Stephanie Martins)
Sem rumo ando pelas ruas desta cidade
Não familiar, onde antes nunca estive,
A procurar por um ser que já não mais vive
(E talvez nunca viveu) nesta realidade.
Esqueci-me há anos de minha identidade
(Identidade esta que, talvez, nunca tive),
E cá, e em qualquer outro lugar onde estive,
Sinto não pertencer à realidade.
Incógnito, me misturo à multidão –
Mil rostos vejo, mas nenhum deles é o seu,
E sem saber se já quero achá-la ou não,
Dissolvo-me na noite escura feito breu,
Sem que nada ou ninguém responda à questão
Que todo dia me tortura: “Quem sou eu?”.