Abandono

Todos os versos que lhe fiz, prescreveram.

E já, diante de ti, não representam nada.

Foi tanto tempo de uma vida abandonada,

qua ante a tua ausência, pereceram...

De todos os amores que lhe ofereceram,

de toda mentira bem ou mal contada,

minhas juras de amor,feitas em revoada

foram, perante a ti, as que mais sofreram.

Eu recolho-me em silêncio, deprimido,

na tentativa de apagar da minha alma perdida

os resquícios deste amor tão sofrido.

Desintegro-me pela falta do teu abrigo

com as reticências dos meus versos sem vida

que, embora mortos, ainda seguem comigo.

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 28/11/2022
Reeditado em 28/11/2022
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