PLATÔNICO
PLATÔNICO
Em meio a escuridão plena e soturna,
S’especula da luz inteligível
Des’ que Pandora, em gesto irreversível,
Esperanças deixou ao fundo da urna.
Havendo, além das trevas d'essa furna,
De aparecer de facto luz sensível
Talvez o mundo feito assim visível,
Nos mostre a realidade ao fim nocturna.
Mas se em sombras se vive toda a vida,
No amor alguma luz é presumida
Apesar dos grilhões que nos proíbem.
Que se ilumine o amor dentro das almas,
De modo que, espelhadas, sejam calmas,
Enquanto os corpos nus se desinibem…!
Santa Bárbara - 07 30 1997