GEOMETRIA DO AMOR
Dedico meus versos a uma intensa claridade
Que flutua em meu âmago tão perpendicular.
Neste ângulo de noventa graus já não há lugar
Para camuflar meneios simbióticos de saudade.
Na escrita, tento enquadrar um vértice obtuso
E, talvez, desenhar textos angulares meio rasos,
Contudo fico equidistante dos pontos já dosados
Das linhas em que na sinestesia me deixa mudo.
Edificar um estratagema em segmentos de reta
Pode haver soluções perante o diâmetro da seta
Que expõe sentimentos em diagonais e paralelas...
E o amor que não é triangular dispensa o escaleno,
Pois apenas de dois em dois se tem o sentido pleno
Da conjunção carnal que une seres das primaveras!
DE Ivan de Oliveira Melo