GEOMETRIA DO AMOR

Dedico meus versos a uma intensa claridade

Que flutua em meu âmago tão perpendicular.

Neste ângulo de noventa graus já não há lugar

Para camuflar meneios simbióticos de saudade.

Na escrita, tento enquadrar um vértice obtuso

E, talvez, desenhar textos angulares meio rasos,

Contudo fico equidistante dos pontos já dosados

Das linhas em que na sinestesia me deixa mudo.

Edificar um estratagema em segmentos de reta

Pode haver soluções perante o diâmetro da seta

Que expõe sentimentos em diagonais e paralelas...

E o amor que não é triangular dispensa o escaleno,

Pois apenas de dois em dois se tem o sentido pleno

Da conjunção carnal que une seres das primaveras!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 27/11/2022
Código do texto: T7659403
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