SONETO FELIZ

Resvala em riso o puro desespero

Que engodo algum logrando alívio ou cura

Disfarça ou faz amena a catadura,

O 'posso' que se lê num frágil 'quero'.

A gente entregue ao erro e ao mal sincero

Em riso ou duro esgar demente jura

Fidelidade abjeta à vil loucura,

O sempre o mesmo, esse à sinistra zero.

É justo o riso o quão feliz é a perda

Da vergonha na cara e da verdade,

Asfixiada em paixões de mente lerda...

Em curso a farsa a insânia logo invade

Templos e espaços exalando a merda

Da súcia mais perversa da cidade...

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 25/11/2022
Código do texto: T7657840
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