SONETO FELIZ
Resvala em riso o puro desespero
Que engodo algum logrando alívio ou cura
Disfarça ou faz amena a catadura,
O 'posso' que se lê num frágil 'quero'.
A gente entregue ao erro e ao mal sincero
Em riso ou duro esgar demente jura
Fidelidade abjeta à vil loucura,
O sempre o mesmo, esse à sinistra zero.
É justo o riso o quão feliz é a perda
Da vergonha na cara e da verdade,
Asfixiada em paixões de mente lerda...
Em curso a farsa a insânia logo invade
Templos e espaços exalando a merda
Da súcia mais perversa da cidade...
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