NA MESMA ESTAÇÃO...
No ar a alma de quem já foste um dia,
Ao meio dia se tornando assombração,
Ecoando a tua voz em triste melodia,
Com as duras rimas em tosca canção.
Seja na luz ou na sombra dessa agonia,
Sem direito aos guias ou adivinhação,
A certeza no peito dessa taquicardia,
Que não há beijo para ressuscitação.
Raie lua, venha lua que assim tardia,
És retrato ou paisagem, vã e ou vadia,
És mais nada, ponto de interrogação.
Para uma pergunta que antes ardia,
Quando sempre ali de mim partias,
Minha garganta, na mesma estação.