Sobre o que fica
Breve, meu amado, findar-se-á meu tempo,
e você tomará do tempo para me prantear.
Minha aliança, você a guardará ao vento
e fruirá do gosto, ao ter-me ali, a confortar.
Peço-lhe, por último, permita sua vida seguir,
cumpra seu luto, sim, como bem lhe parecer;
não se proíba, nunca, de por alguém fremir;
não escolha o fim triste de sempre padecer.
Sei bem, meu amado, que nada disso ocorrerá;
você lutará contra si, desejará poder seguir-me.
Sem mim, que sentido para sua vida haverá?
Restarei, por inteiro, nesta minha aliança; firme;
meus votos, nada, nem ninguém, os emudecerá.
Ame-me; acalente-me; libere-me. Preciso ir-me!