SENTENÇA
Sugo do domingo a interface do sol
E me deixo bronzear pelas caravelas,
Todas e todas, e labaredas amarelas,
Até escuto o canto tísico do rouxinol.
Defraudo das nuvens o sibilar gasoso
Dos pingos da chuva sobre o asfalto,
Então percebo da canção o tom alto
Que embriaga e me deixa tão ansioso.
Arrebato das horas um tempo sinistro
E permito que o prazer conviva comigo
A fim de que, exausto, assim adormeça.
Afano da consciência as rotinas frugais
Debalde no ritmo da paixão sofra assaz
As peripécias virulentas deste planeta!
DE Ivan de Oliveira Melo