De dedo em riste -com interação de Ansilgus

Visando aniquilar antigos medos,

fantasmas que sobraram do passado,

revelarei recônditos segredos;

não quero ser por sombras torturado.

Vou afastar titânicos rochedos,

que tornam meu viver amargurado.

Não ficarei refém de maus enredos,

do que passou não posso ser culpado.

Maior tortura humana é a consciência,

que faz, da vida, eterna penitência;

de dedo em riste, aponta cada falha!

Perdido em minhas culpas, vivo a esmo,

julgado e condenado, por mim mesmo

e exposto ao frio corte da navalha!

Interação de Silva Gusmão:

SONETO - Dedo em riste – 28.12.2022 (NPRL)

A minha vida você só atrapalha,

Deixe-me em paz, aos trancos e barrancos,

Não pretendo jamais sua migalha,

Para evitar de você novos trancos...

Saia da frente, perco essa batalha,

Os meus cabelos se acham todos brancos,

Esses meus dias vão ficando mancos,

E você me tratou como canalha...

Resta saudade das horas felizes,

Que mantivemos nesse mundo afora,

Sem cometer, quiçá, quaisquer deslizes...

Não precisava agir com dedo em riste,

Para zombar de mim na nova aurora,

E esnobar do direito que lhe assiste.

Silva Gusmão

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 22/11/2022
Reeditado em 29/12/2022
Código do texto: T7655698
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