Já singrou o real a felicidade

Apraz-me melodias que me arrasam

Pois, rasa se faz a comodidade

E profundo, tristezas que me abrasam.

 

Eu prezo a dor, porque ela me perturba

Nela sou, nela sinto, sinto muito

Se me cinge, se existe, me deturba

E existo nela com pesar gratuito.

 

Sem a dúvida do ser que me incuba

Se há veraz uma realidade

Estou certo, sim! De que essa a derruba.

 

Mais me vale a vida com hombridade

E quando o amargor não mais me aduba

Eu bebo, destarte rompo a acuidade.