Fábulas do Coração
Levando o olhar aos montesinos do sertão,
Nota-se as nuvens chorosas sobre o verdor,
Onde o poente astro rei descasa o teu calor,
E desabrocha a noite em profusa escuridão.
Escreve-se o espetáculo da contemplação,
As águas do ribeiro flutuando em febril dor,
Impulsionando o nirvana para se sobrepor,
A cerimônia célebre que remete à solidão.
E mais nenhum passarinho, canta rouco;
Apenas o mutismo agasalha a imensidão, Exteriorizando a agonia, pouco a pouco.
Assim deriva a ingênua e pura canção,
As autênticas trovas de um poeta louco,
Fábulas, recinto do seu próprio coração.