Fábulas do Coração

Levando o olhar aos montesinos do sertão,

Nota-se as nuvens chorosas sobre o verdor,

Onde o poente astro rei descasa o teu calor,

E desabrocha a noite em profusa escuridão.

Escreve-se o espetáculo da contemplação,

As águas do ribeiro flutuando em febril dor,

Impulsionando o nirvana para se sobrepor,

A cerimônia célebre que remete à solidão.

E mais nenhum passarinho, canta rouco;

Apenas o mutismo agasalha a imensidão, Exteriorizando a agonia, pouco a pouco.

Assim deriva a ingênua e pura canção,

As autênticas trovas de um poeta louco,

Fábulas, recinto do seu próprio coração.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 21/11/2022
Reeditado em 25/03/2023
Código do texto: T7654673
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