Um amor para curar
Adoentado, ferido, machucado, não sou;
dolorido, partido, acabrunhado, um tantinho.
Angustiado, melancólico, choroso, não estou;
não há mal em mim; de bem, um bocadinho.
Queixumes, tantos, são vagas respostas vãs;
nada consertam dos muitos estragos da vida.
Malemolência fazem brotar nas mentes sãs;
como alguma esperança, sem volta; só de ida.
Estou eu a buscar um tônico, talvez um elixir,
para dessa letargia que me abate, despertar?
Pôr-me a fremir? Dar algum sentido ao existir?
Talvez eu vá reagir no meu possível destemor;
embora saiba que nada, nada, far-me-ia levantar,
do que a velha e sonhada cura que vem do amor.