LIVRAI-ME DA IGNORÂNCIA
Perdi a conta das “portas” dos livros que bati
Das histórias que me fiz adentrar
Dos personagens que pude protagonizar
Dos lugares que me reconheci.
Dos impérios que pude conquistar
Das passagens secretas que abri
Dos fantásticos inimigos que fugi
Da imortalidade que pude experimentar.
Os sonhos improváveis, as grandes paixões
E, o desejo de perpetuar as ilusões
Toda a vez que lia a vida, imitando a arte.
Fecho a “porta” que para mim se abriu
Saio, não mais o mesmo, como as águas de um rio
Que se soma, se renova e se reparte.