ARTE SOBERANA
Inativo por falta de um mote,
Há dias que meu verso está carente.
Um sopro, um bafejo, é urgente,
Preciso, antes que o tempo se esgote.
O vento prometeu, mas deu calote
E deixou minha lira indigente.
Até a musa, antes tão presente,
Resolveu fazer parte do boicote.
“Poesia está fora de moda”,
Teve a ousadia de me dizer.
“Procura outra coisa, vê se acorda! ”
Como tantos outros, ela se engana
Ao julgar esta arte soberana,
Eterna, sei que nunca vai morrer.